quinta-feira, 16 de agosto de 2007

Portinari, o enterro na rede...

A nossa memória é propulsora de coisas incríveis, que mal podemos suspeitar...
Dia desses, me vi numa sala de aula de Cavalo Marinho com a Juliana, o Alício e o Martelo, lá de Condado, patrimônio cultural vivo do Nordeste, como o Japão reconhece, mas no Brasil, acontece apesar de tudo.
Apesar de tudo lá estávamos nós. Até hoje num acredito no que vi! Aquelas bexigas de boi cheirando a urina forte,cheias de ar tundum, tundum, batendo como um coração no nosso joelho e a gente saltando feito gafanhoto numa energia que não acabava por nada nesse mundo. Fim da aula e a gente triste, queríamos mais, ó Juliana, cadê vcs!!!Ah, tão no palco fazendo espetáculo novo. Merecido. Fez-me vir à tona da lembrança, eu dezessete anos, vendo pela primeira vez o enterro na rede que tem no MASP, eu chorando, em altos prantos, pela intensa beleza do quadro e pela imensa dor de minha gente, longe, num outro quadro vivo de realidade absurda.Então, na minha cabeça, eu ajunto o Martelo, com a Juliana, o Alício e o Jesser, e todo mundo dessa história, com Portinari e povo brasileiro, e vou fazer um colar de contas de lágrimas, pra enfeitar a minha esperança, que à força de muita reza e Teatro, não haverá de se perder.

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